As histórias devem ser contadas, senão morrem; e, quando morrem, não nos lembramos quem somos nem por que estamos aqui.
A Vida Secreta das Abelhas, de Sue Monk Kidd, foi publicado no Brasil pelo Selo Paralela, da Editora Companhia das Letras. Ambientado nos anos de 1960, o livro tem como cenário de fundo a luta pela igualdade racial, dando destaque a mulheres fortes que buscam o comando de suas vidas em uma sociedade dominadora e machista.
Lily Owens poderia ser uma adolescente como tantas outras, mas uma tragédia mudou drasticamente sua vida há mais de dez anos. As vagas lembranças sobre a dolorosa morte da mãe ainda estão vivas e a torturam em busca de respostas. Daquele dia ela se lembra da mãe discutindo com o pai, de uma arma em suas próprias mãos, e de um disparo fatal.
“Meu aniversário caía no mesmo dia do aniversário do país, o que o tornava ainda mais difícil de ser notado. Quando eu era pequena, achava que as pessoas lançavam fogos de artifício por minha causa: ‘Viva! Lily nasceu!’. Depois veio a realidade, como sempre acontece”.
Agora aos 14 anos, em 1964, tendo uma relação difícil e tortuosa com o pai T. Ray, a jovem menina partirá em uma grande jornada acompanhada de sua babá Rosaleen. Entre os poucos objetos que Lily guardava da mãe estava uma pequena imagem da Maria negra com referência à cidade de Tiburon, lugar onde ela poderia descobrir algo sobre a vida de Deborah Fontanel Owens.
Nada é justo neste mundo. É bom você aprender logo isso.
O enredo carrega em paralelo ao drama de Lily, uma menina branca, a luta dos negros por seus direitos na sociedade, incluindo o direito ao voto, destacando a figura de Rosaleen, sua babá. O livro fala sobre descobertas e amadurecimento, sobre dores e alegrias e, principalmente, sobre passado, presente e futuro.
Nós não podemos pensar em mudar a cor da nossa pele. É preciso mudar o mundo, é assim que devemos pensar.
Nessa viagem, Lily descobrirá que seu encanto pelas abelhas lhe indicava um sinal, um caminho a percorrer. Ao chegar em Tiburon ela conhece as irmãs Boatwright - August, May e June - que juntas criavam abelhas para a fabricação de mel da Madona Negra. Junto a essas mulheres negras, que também enfrentaram tragédias e perdas, a menina despertará novos sentimentos, e verá o passado se revelar diante dos seus olhos.
Há coisas na vida que a gente não consegue esquecer, por mais que tente, e aquela cena foi uma delas.
O livro é narrado em primeira pessoa. A Vida Secreta das Abelhas já foi adaptado para o cinema, com algumas modificações em seu roteiro, que, na minha opinião, ameniza um pouco a trama; mas ainda assim é um filme bonito e sensível para assistir com destaque para ótimas interpretações.
Quando uma abelha voa, uma alma se levanta.
(...) chegou sua hora de viver. Não estrague as coisas.
Sobre a Autora
SUE MONK KIDD mora perto de Charleston, na Carolina do Sul. Seu primeiro romance, A vida secreta das abelhas, ficou por mais de um ano e meio na lista de mais vendidos do New York Times e foi adaptado para o cinema em 2008. A cadeira da sereia, seu segundo romance, alcançou a primeira posição na lista de mais vendidos do New York Times, ganhou o prêmio Quill de 2005 para melhor obra de ficção e foi transformado em filme para a TV.
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