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Resenha: Hippie - Paulo Coelho (Paralela)

em sexta-feira, 20 de novembro de 2020

 Porque para mim o que mais importa é a viagem.

 


Enquanto uns queimam os livros de Paulo Coelho, eu leio!  Nos anos sessenta muitos jovens sonhavam com um mundo sem fronteiras, viviam em grupos, usavam cabelos compridos e roupas coloridas.  Além de seguir filosofias de mestres espirituais, pregavam paz, amor e usavam drogas livremente.   Muitos acreditavam que eles eram marginais ou desocupados, que não tomavam banho e eram uma ameaça para a sociedade.  Mas eles eram hippies, e esse livro conta um pouco dessa história.  


 Disseram também que o mundo agora mudava, e todas as paixões, absolutamente todas, seriam mais intensas.  O ódio seria mais forte e mais destrutivo, e o amor mostraria com mais brilho a sua face.

 


Karla , uma jovem holandesa de espírito livre como o vento, estava determinada a viver coisas que a maioria das pessoas não teria coragem de experimentar.  Embalada pelo movimento Hippie, ela havia decidido embarcar em uma mágica viagem entre Amsterdam (Holanda) até Kathmandu (Nepal).  O percurso, que duraria em torno de três semanas, passaria por diversos países, incluindo Turquia, Líbano, Irã, Iraque, Afeganistão, Paquistão e parte da Índia.

 

 Quem quer aprender deve começar olhando à sua volta.

 


Ansiosa para viver grandes aventuras, ela acreditava que alguém especial apareceria para acompanhá-la nessa jornada.  É nesse contexto que aparece em seu caminho o brasileiro Paulo, um jovem de 23 anos que sonhava em ser escritor e que buscava o real significado da vida.    O ano era 1970, os hippies alimentavam o sonho transformador de uma nação livre, cheia de paz e amor, vivendo em plenitude com o universo.  O sexo era livre  e as drogas prometiam expandir a consciência. 

 

(...) mas os sinais são assim, surpreendentes e disfarçados como coisas rotineiras.


Divulgado como o livro mais autobiográfico de Paulo Coelho, Hippie (2018), publicado pela Editora Paralela, do Grupo Companhia das Letras, reúne histórias pessoais do autor para construir toda a trama.  A ordem, nomes e alguns detalhes na composição das personagens foram alterados para melhor harmonização do enredo, e também pela privacidade dos nomes citados.

 

(...) um jogo com segundas intenções pode se transformar em uma realidade (...)

 


Dos livros que li do autor, Hippie não se tornou meu preferido, mas sem dúvida foi uma leitura marcante por diversos motivos.  Ele nos faz enxergar que a vida é feita de escolhas e de inúmeros caminhos possíveis; nos mostra que somos a soma das histórias que vivemos;  que devemos seguir nossos sonhos e acreditar em nossos ideais; que precisamos superar nossos medos e que nunca é tarde para viver intensamente, etc.  

 

Conforme prometido pela vidente, Paulo e Karla logo se envolvem, comprando as passagens para o Nepal.  A bordo do Magic Bus, os dois iniciam uma grande aventura, cheia de momentos inesquecíveis, imprevistos, perigos, amizade e romance.  O ônibus na verdade era um antigo transporte escolar pintado com cores vivas, cheio de desenhos e frases, com assentos reclináveis e um estrado na parte de cima, onde amarravam galões de gasolina e pneus extras.

 

Está bem.  Você vai com eles e eu sigo à distância. Nos encontramos no final. 

 


Paulo buscava por transformação.  O peso das lembranças do passado ainda causavam dor.  As internações nas clínicas psiquiátricas e as torturas sofridas pela perseguição do governo ditador causaram feridas que ainda não haviam cicatrizado.   Durante a viagem, a relação com Karla  ganha novos contornos e outras amizades surgem.  Ryan e sua namorada Mirthe também farão novas descobertas.  Muitos passageiros têm histórias para contar, Rhaul, Michael, Jacques.  Tudo se torna um grande aprendizado. 

 

(...) viver é se adaptar.


Com 288 páginas, folhas amareladas, fonte e espaçamento confortáveis, Hippie nos mostra um pouco da história do movimento que surgiu na década de 60.  A edição está linda, super colorida.   O autor optou pela narrativa em terceira pessoa para que cada personagem tivesse voz dentro do texto.  Em seu vigésimo livro, Paulo Coelho fala sobre amor livre, drogas e liberdade; mas acima de tudo ele nos mostra que ter coragem de buscar respostas é o grande segredo para novas descobertas.  A vida pode ser surpreendente!


 Porque uma vida sem amor não vale a pena. O que é uma vida sem amor? É a árvore que não dá bons frutos. É dormir sem sonhar. Às vezes é até mesmo ser incapaz de dormir. É viver um dia após o outro esperando que o sol entre em um quarto completamente fechado, pintado de preto, onde você sabe que existe uma chave, mas não deseja abrir a porta e sair dali.


Hippie
Autor: Paulo Coelho
Editora: Paralela
Páginas: 288
1ª Edição (2018)
Formato:  14x21cm
ISBN: 978-85-8439-116-5

 


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Sobre o Autor:

Nascido em 1947, no Rio de Janeiro, PAULO COELHO atuou como dramaturgo, jornalista e compositor, antes de se dedicar à literatura. É considerado um fenômeno literário, com sua obra publicada em mais de 170 países e traduzida para 84 idiomas. Juntos, seus livros já venderam 230 milhões de exemplares em todo o mundo.

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