Oi, pessoal! Vamos relembrar o que aconteceu no meu universo literário no mês de Setembro. Acompanhem comigo!
Recebidos em Setembro:
Devido à greve dos Correios, nada chegou por aqui no mês de Setembro.
Lidos em Agosto:
O
poema de Eduardo Rosal, vencedor do Prêmio Maraã de Poesia, aqui em O
sol vinha descalço, fez a opção da verticalidade. Com isso eliminou ou
reduziu a distância que separa poetar e pensar, e gerou novos espaços
nos quais os objetos podem tornar-se sujeitos, como que inesperadamente.
E tudo sob os auspícios do "o sal-sol do mundo". Mas o poeta evitou
sabiamente calçar ou permeabilizar o sol. Quis simplesmente compreender
porque "vinha descalço", e se deixava tensionar entre "abismo e ponte". O
texto sujeito alarga o espaço do texto objeto. Recolhe o contexto, mas
não se deixa subjugar por ele. A forte aliança de texto e contexto,
articulada com perícia, alimenta a ação do fazer poético. É quando a
língua, passagem obrigatória, se transforma em linguagem, instância
instauradora. O texto irrompe do contexto, e logo proclama a sua
independência. Carregando consigo o leve peso das palavras, e a
sonoridade cifrada do silêncio. A temerária jornada humana prospera
claramente, sem recorrer à exaltação. O verdadeiro poeta não precisa
gritar para ser escutado. Os excessos, a hemorragia verbal, a poluição
sonora, são capítulos menores de um estranho manual de contravenções
literárias. Os torrenciais que me perdoem, mas o comedimento é
fundamental.
Sejam cautelosos e tomem todas as medidas de segurança para se protegerem da Covid. Aproveitem para ler um pouco. Em Outubro tem mais!
Prana
Autora: Jacqueline Farid
Páginas Editora
Páginas: 178
Recebido da Oasys Cultural
Recebido da Oasys Cultural
Prana
viaja de Ouro Preto, sua terra natal, até a Índia, onde empreende uma
rota sagrada em busca do pai. A jornada da protagonista tem início na
futurista Dubai e passa por Nova Delhi, pelas maravilhas do Taj Mahal,
pelos templos de Khajuraho, pelo budismo de Bodhgaya, pela yoga de
Rishikesh e pelos crematórios de Varanasi, num percurso de descobertas
que inclui sexo e repulsa, encontro e separação, medo e coragem, afeto e
decepção, suspense e clímax, vida e morte.
O punho do destino & Badulaques
Autor: Nilo Barroso
Chiado Editora
Páginas: 200
Recebido da Oasys Cultural
Recebido da Oasys Cultural
O
punho do Destino é uma novela nervosa e movimentada, de leitura
empolgante, com lances imprevistos e emocionantes. O conflito entre os
personagens principais, que aparentem uma serenidade e equilíbrio que
não possuem, poderá resultar, a qualquer momento, numa tragédia. Esses
momentos nervosos e cruciais constroem um suspense que atinge fortemente
o leitor
As Amarras
Autor: Jorge Sá Earp
Editora 7Letras
Páginas: 176
Recebido da Oasys Cultural
Recebido da Oasys Cultural
Como
numa trama rodrigueana, o casamento de Eusébio com Aglaia tem tudo para
dar errado: o noivo sobe ao altar a contragosto e já na festa de
núpcias flerta com Inair, um dos garçons que serve à mesa, antecipando
uma série de turbulências na vida amorosa. É o próprio Eusébio quem
narra aqui, com uma verve inigualável, sua história repleta de
reviravoltas. Ao longo das mais intensas peripécias e aventuras sexuais,
Eusébio vai se enredando cada vez mais no labirinto da ficção, em meio a
toda sorte de malabarismos para manter as aparências e o casamento –
como numa peça em que nós, os espectadores, sejamos os únicos a
reconhecer todas as máscaras presentes no jogo social, enquanto
assistimos com deleite a cada novo ato dessa vida: como ela é.
O sol vinha descalço
Autor: Eduardo Rosal
Editora Reformatório
Páginas: 96
Recebido da Oasys Cultural
Recebido da Oasys Cultural
Autora: Dilma Bittencourt
Topbooks Editora
Páginas: 110
Recebido da Editora
Recebido da Editora
Eis aqui uma comovente história infantojuvenil sobre a passagem do
tempo: quando seu pai sai de casa, tudo ganha o cinzento do inverno, que
traz o sentimento da ausência e da solidão, da incompreensão e da
amargura. Mas a menina, protagonista desse conto lírico, amadurece com
suas lembranças e expectativas, floresce aos poucos, junto com a
primavera, e finalmente se firma com a certeza do retorno do pai, na
chegada do verão. De capa dura, com mais de 30 belas ilustrações
coloridas de Miriam Lerner, que também assina a capa e o projeto
gráfico, este livro, além de ser um libelo contra o preconceito, é
também um projeto ambicioso de levar aos jovens leitores uma narrativa
poética e sofisticada, que conduz ao aprimoramento do vocabulário. Com
prefácio de Clara Acker, doutora em filosofia pela Universidade de Paris
IV/Sorbonne, e uma Carta ao Leitor, no final, assinada pela psicóloga
clínica e psicanalista Frinea S. Brandão.
Autor: Isaac Bashevis Singer
Topbooks Editora
Páginas: 339
Recebido da Editora
Recebido da Editora
Prêmio Nobel de Literatura de 1978, Isaac Bashevis Singer demorou a se
convencer de que poderia escrever para crianças. Depois de convencido
disso por sua editora nova-iorquina, Elizabeth Schub, ele produziu
dezenas de livros infanto-juvenis, dos quais este é o mais completo:
além de 36 contos, ao final há um texto, intitulado “São as crianças os
críticos literários definitivos?”, onde o autor discorre sobre o que é a
boa ficção e como o leitor jovem é “independente e só confia no seu
próprio gosto”, ao mesmo tempo que “exige uma história real, com começo,
meio e fim, a forma como os contos são narrados há milhares de anos”.
Nascido em 1904 em Leoncin, povoado próximo a Varsóvia, Polônia, Singer
emigrou em 1935 para os Estados Unidos, onde morreu em 1991. Ali
publicou seus romances mais famosos: A família Moskat (1950), Satã em
Gorai (1955), O mágico de Lublin (1960), No tribunal de meu pai (1966),
Inimigos, uma história de amor (1972), Shosha (1978), O Golem (1982),
Yentl (1983) e Escória (1991), alguns deles transformados em filmes de
sucesso. Sua primeira obra para crianças se chamou Zlateh, a cabra
(1967), e a esta se seguiram, entre outras, Mazel e Shlimazel ou O leite
de uma leoa (1967), A hospedaria do medo (1967), Quando Shlemiel foi
para Varsóvia (1968), José e Koza (1970), Elias, o escravo (1970), A
cidade do pecado (1972), Os bobos de Chelm (1973), Por que Noé escolheu a
pomba (1974), Um conto de três desejos (1975), Naftali, o contador de
histórias, e seu cavalo, Sus (1976) e este Histórias para crianças
(1984), onde se encontram todos os contos que deram título aos livros
acima citados, e mais outros 25. Não se trata, porém, de um livro
exclusivo para o público infantil: as histórias de Singer, além de
universais, emocionam gente de todas as idades. Como ele mesmo disse,
“muitos adultos leem e apreciam livros infantis. Escrevemos não só para
crianças como para seus pais. Eles, também, são crianças sérias”. A
edição brasileira traz um glossário com 114 verbetes para facilitar o
entendimento do leitor não familiarizado com a cultura judaica.
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