slide-slick

Resenha: O sol vinha descalço - Eduardo Rosal (Editora Reformatório)

em segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Todo poema é frágil (32)

 


O sol vinha descalço, de Eduardo Rosal, foi publicado pela Editora Reformatório.  A obra foi vencedora do Prêmio Maraã de Poesia 2015, uma iniciativa que busca valorizar novos talentos da poesia nacional. 

 

 Essas manhãs que nunca passam... (20)
 

Escrever poesia não é fácil.  Há quem valorize as métricas perfeitas, a sonoridade, a estrutura e muitos outros elementos.  Eu, particularmente, acredito que sem sentimentos não há poesia.  É preciso criar uma ponte que permita ao leitor sentir a intensidade das palavras e viver de forma onipresente os sentimentos. 

 

A memória é uma ilha
cercada de futuros.

 

Trecho de O silêncio das conversas (31)

 


 Eduardo Rosal consegue nos inserir em seus versos.  Sua poesia não é fechada ou complexa a ponto de se tornar uma prisão em si; pelo contrário, ela nos permite resgatar nossas próprias lembranças, além de não se limitar às páginas de um livro. 

 


Há sempre
um nada
que nos olha.
 

Trecho de Medo (26)

 

Sua visão intimista se torna aconchegante.  Permeado de lembranças e homenagens, sua poesia se torna delicada e tranquila.  O sol é um elemento constante, aquecendo e trazendo conforto em cada verso.  O texto solitário rasteja na memória, mas anseia pelo diálogo.  A nós, basta quebrar esse silêncio. 

 

As melhores conversas são aquelas que acabam
de repente

 

Trecho de O silêncio das conversas (31)


 

 A construção de seus poemas complementam as palavras.  Cada espaço, cada pausa interfere no sentido.  A rima cria o ritmo de suas ideias, das palavras e de seus próprios anseios.  Há desconstrução, mas também há sonhos e desejos.  É preciso ter serenidade ao longo do tempo.



Quem, de tão perto,
alguma vez regressa?
 

Trecho de Fumaça (63)

 

O questionamento nos remete a uma busca por nosso lugar no mundo.  A questão do verdadeiro papel do homem na sociedade nos mostra que o tema político também não foi esquecido pelo poeta.  As ideias são perfeitamente inseridas sem confronto.  É somente a vivência que traduz os fatos.

 

Bater em todas as portas
da imaginação
e não enlouquecer.

 

Trecho de Catábase (27)

 

Com 96 páginas, o livro é dividido em 5 partes:  Da Costela do Afeto, Caroço do Sol, Centauro, Fumaça e As Corujas de Minerva.  A fonte é confortável, as folhas amareladas e a poesia se apresenta livremente.  Poesia é sempre bom pra alma, então embarque também nessas palavras. 

 


Há sempre um eu meu
sendo teu?
 

Trecho de Fumaça (59)

Boa leitura!



O sol vinha descalço
Autor: Eduardo Rosal
Editora Reformatório
Edição : 1ª (2016)
Páginas : 96
Dimensão : 14x21cm
ISBN : 978-85-66887-22-8
 
 
 



https://www.youtube.com/channel/UCBoEPNh2Q97kT2N0-SbvYkwhttps://www.instagram.com/oasyscultural/https://www.facebook.com/oasyscultural/


 Onde Comprar


E também em outras lojas e sites.

Sobre o Autor

 

 edurosal@yahoo.com.br

 

Eduardo Rosal (Rio de Janeiro, 1986) é poeta, ensaísta, doutorando em Teoria Literária pela UFRJ e antifascista.  O Sol vinha descalço é seu livro de estreia.   

 

* Livro gentilmente recebido através da Oasys Cultural.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pela visita. Deixe sua mensagem, é muito bom saber sua opinião.

Topo