Resenha: Pecado Mortal - Antonio Martins (TopBooks)

Pecado Mortal - Um Padre, Uma Freira, Um Governador, um duplo homicídio - de Antonio Martins, foi publicado em 2018 pela TopBooks.   Um crime aparentemente perfeito surpreende o leitor nas primeiras páginas do livro.   Vidas que se cruzam, percorrendo caminhos desconhecidos, nos levando a um desfecho previamente anunciado. 

Foi logo cedo, no dia 10 de agosto de 1984, na cidade de Recife, que a Rádio Amigo Velho deixou seus ouvintes estarrecidos com uma notícia inesperada:  um duplo homicídio, durante um jantar,  que deixou em choque todo o estado de Pernambuco.  Muitas especulações surgiram a partir da cena do crime que, aos poucos, foi sendo esmiuçada pela mídia.   Três pessoas logo tiveram seus nomes evidenciados pelas principais notícias:  O Governador do Estado, Dário Prudente, a Freira Rachel Moraes e o respeitado Padre Franco.   

A cada novo plantão da Rádio, novos detalhes eram revelados, ou mesmo sugeridos.  A presença de uma outra pessoa na cena do crime só serviu para alimentar mais fantasias nos ouvintes, sempre sedentos por novidades.  O que teria acontecido?  Seria mesmo um assassinato?  As perguntas não paravam de chegar, mas as respostas eram vazias e não conclusivas. 

É assim que somos apresentados a esse enredo, e então somos levados de volta no tempo para conhecer o início dessa história e de todos os elos que culminariam nessa grande tragédia.  Dário Prudente, ou DP como era conhecido, sempre foi um homem ambicioso.  Seu casamento com Hermínia, filha de um poderoso e influente fazendeiro, foi parte de um plano que lhe abriu as portas para um proeminente cenário político. 

Católico, DP acabou se aproximando do Padre Franco, que mais tarde tornou-se o Reitor do reconhecido Seminário de Olinda.  Parceiros de conversas, confissões e conselhos, não tardou surgir uma amizade e interesses comuns entre os dois.  Em uma das visitas ao Padre, o Governador se encantou por Rachel Moraes, uma das freiras que prestava serviços na cozinha do Seminário.  Desse encontro surgiria um jogo de paixões, ciúmes e sonhos. 

Diante das promessas de Dário Prudente, o reitor sentiu-se tentado a abandonar a vida religiosa e ingressar no mundo político como Chefe de Gabinete do Estado.  Para isso, teria como missão convencer a linda Rachel, sua pupila,  a largar o hábito e se dedicar aos serviços sociais do governo ao lado de DP.

Outras personagens se destacam na trama como os seminaristas Pedro Boa Sorte e Zezinho, que depois de um encontro conturbado, ganham visibilidade no enredo participando de momentos importantes na história.  Temos também Toni Arara, o repórter mais popular da Rádio Amigo Velho; e  ainda Marylua, dona de um restaurante popular que mexe com a imaginação dos homens.  Todos eles, de certa forma, contribuem para a movimentação das peças que nos leva ao desfecho derradeiro.

Não é um livro investigativo, embora o leitor vá juntando as peças do passado para tentar entender o que de fato aconteceu naquele jantar do início da trama.  O quebra-cabeça é bem construído, e todo o contexto e argumentações bem elaborados.   As movimentações e interesses políticos se equilibram com os dramas pessoais e as ambições humanas. 

Com 268 páginas, folhas amareladas e letras confortáveis, Pecado Mortal é um enredo que nos prende ao longo das páginas, embora alguns capítulos pequem pelo excesso ao explorar assuntos que fogem do eixo central. O autor soube inserir humor à história, tornando mais leve a atmosfera em um cenário de disputas e conflitos, isso se tornou extremamente positivo. 

Tenham uma boa leitura!

 

Pecado Mortal:  Um Padre, Uma Freira, Um Governador, Um duplo homicídio.

Autor : Antonio Martins

Editora :  TopBooks

Páginas: 266 

1ª Edição (2018)

ISBN: 9788574752723

Encadernação: Brochura

Formato: 15,6 x 23 x 1,2

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Sobre o Autor:

Jornalista Graduado pela Universidade Católica de Pernambuco, Antonio Martins percorreu redações como repórter, redator e gestor.  As tentativas de criar uma história surgiram no início do ginásio, e ele se amarraria nessa mais tarde.  Ainda esteve vinculado à Igreja por sete anos, na condição de seminarista, e encontrou seu caminho definitivo no jornalismo.  No Recife, testemunhou e reportou um pouco das passagens marcantes do regime militar.  Em Brasília, cobriu a carpintaria do Executivo e do Legislativo.  Desde os anos 1990 mantém parceria com os comunicadores de rádio de todo o país.  Nessas atividades encontrou inspiração para escrever Pecado Mortal.

* Livro recebido gentilmente da TopBooks.