A história se passa
durante a Segunda Guerra Mundial e retrata a trajetória de Elie Shacten e Gerhardt
Lodenstein, dois amantes que compartilham o desejo de salvar vidas, trabalhando
secretamente para a resistência.
Os óculos de
Heidegger, consegue nos levar muito além de sua sinopse.
Durante a guerra,
um programa nazista ficou conhecido como Operação Postal. O objetivo era fazer com que os prisioneiros escrevessem,
sob coerção, para seus familiares. Essas cartas eram escritas nos campos de
concentração, momentos antes deles serem fuzilados ou mortos em câmaras de gás.
A ideia era passar aos familiares uma
imagem agradável de seu paradeiro, evitando que soubessem o trágico desfecho
real.
Muitas dessas
cartas ficavam sem respostas, já que muitos destinatários também já haviam sido
levados em vagões de gado para Auschwitz. As cartas respondidas também nunca
retornavam aos remetentes, que já estavam mortos; surgindo assim uma quantidade
enorme de cartas sem respostas.
Elie, Lodenstein e
Stain, que também nutria uma paixão por Elie (afinal, quem não nutria?), viviam
no Complexo dos Escribas, com mais de 50 pessoas, localizado em uma mina nos
bosques do norte da Alemanha. Os
escribas falavam cerca de 47 línguas e dialetos, e esse era o motivo de não
terem sido mandados para os campos de concentração, afim de levar adiante uma
misteriosa missão. O complexo tinha a
inútil tarefa de responder cartas para pessoas mortas.
Parte disso era
devido à crença no sobrenatural, imaginando que os mortos para se vingar dos
vivos pelas cartas destruídas e não respondidas, acabariam por entregar aos
médiuns a solução final de Hitler; por outro lado, as cartas seriam um registro
fictício depois do fim da guerra, escondendo a crueldade praticada.
Elie usava seus
encantos e flertava com oficiais e comerciantes para conseguir favores, ajudar
fugitivos e levar comida, roupas e outros objetos para o complexo.
Um dia, o filósofo
Martin Heidegger resolve escrever ao seu amigo e oculista Asher Englehardt,
pedindo novos óculos. Mas seu amigo já
havia sido levado, juntamente com o filho Daniel, à Auschwitz, ficando assim, a
carta sem resposta, podendo denunciar seu paradeiro. A esposa de Heidegger
começa então a especular em busca de notícias sobre o ocorrido. Para tentar evitar a exposição da verdade, o
Complexo dos escribas recebe a terrível missão de responder essa carta, mesmo
sabendo que poderia conter alguma mensagem secreta. Qual dos escribas seria a pessoa capaz de se
passar por Asher, respondendo à carta, sem levantar suspeitas? Ao mesmo tempo,
Elie tenta aproveitar a oportunidade para salvar mais vidas.
Os acontecimentos
se desenvolvem a partir dessa missão.
Aos poucos somos apresentados aos escribas e suas histórias, nos
envolvemos com seus medos, sonhos e a tentativa de fazer a vida dentro do
Complexo mais próxima do normal; um lugar onde nunca se sabe o que acontecerá
em seguida. A tensão está presente na luta para proteger cada uma das pessoas
que vivem ali; os elos criados fazem deles uma nova família.
A aproximação do
fim da guerra faz o cerco se fechar e o perigo fica iminente. O amor, as amizades, os ideais... o que
poderia sobreviver àqueles dias tensos e de terror, quando a esperança parecia
não existir.
Eu gostei muito do
livro. Talvez aqueles que preferem
finais perfeitos se decepcionem, mas o que se espera no fim de uma guerra?
Os óculos de Heidegger
Autora : Thaisa Frank
Ano 2013
288 p.
Ed. Intrínseca
(por Evandro de Oliveira)
Pra quem gosta de histórias da guerra, se interessa pelas questões que envolveram o governo Nazista, parece uma história muito interessante. Quero ler este livro.
ResponderExcluirCom certeza Turistteiro, a atmosfera do cenário, acompanhada de uma história interessante, faz do livro uma ótima opção de leitura com certeza.
ResponderExcluirSou completamente viciada em livros sobre a Segunda Guerra, e esse me pareceu bem interessante! É legal a gente ver que um mesmo acontecimento, explorado à exaustão, pode render DIVERSOS pontos de vista, dependendo da criatividade de quem escreve as histórias.
ResponderExcluirCom certeza, Lethycia. É um tema que tem muitas vertentes para se explorar.
ExcluirEu ja estou pra ler dois livros da Cassandra Clare, da serie Instrumentos Mortais e me falta tempo, mas essas historias sobre a guerra sao muito interessantes. Otima recomendação!
ResponderExcluirvaleu, Leandro. Quando tiver um tempinho, confira sim. Você vai gostar.
ExcluirPode deixar, anotado aqui *--*
ExcluirPara quem gosta do assunto, esse livro parece ser bem interessante!
ResponderExcluirÓtimo texto Evandro.
Beijo! ❤
É um tema forte e sempre tem algo para contar.
ExcluirUm ambiente já muito chamativo por si só e uma história bem interessante também. Este livro pelo visto tem tudo para ser incrível!
ResponderExcluirParabéns pela resenha :D
Eu gostei muito, Letícia. Até pq foge do lugar comum.
ExcluirAdorei e quero já ler! E pelo jeito assuntos de guerra é que tá me perseguindo e nunca há final perfeito quando esmiuçamos esse passado da história. E que saber nunca fui muito fã de finais muito felizes. Acho que é por isso que nunca li contos de fadas. rs
ResponderExcluirrsrs tb "sou desses", Marcia. O bom é o final que nos deixa sem palavras, sendo alegre ou triste e que torne o livro inesquecível.
ExcluirOlá, Evandro.
ResponderExcluirExcelente resenha.
Me interessei pelo livro. Essa temática da Segunda Guerra Mundial muito me atrai. Só fico um pouco com o pé atrás por conta do final. Sei que nesse período de Guerra é difícil acontecer coisas boas, mas ainda assim tenho esperança.
Abraços.
rsrs Não fique com o pé atrás, é um final possível, vc só tem que acreditar! rsrs Mais não conto!
ExcluirCara que bacana sua resenha vc fala bem sobre o conteudo.. dando interesse pra gente ler parabens
ResponderExcluirÉ um lado escuro da nossa história, mas que também mostra o outro lado que unia forças contra o holocausto.
ExcluirQue legal a história muito bom pra quem gosta de guerra. https://milahfernandesblog.blogspot.com.br/?m=1
ResponderExcluirPara quem gosta de dramas, de romance... tem um pouco de tudo nessa história.
ExcluirEssa história sempre rende bons livros, pena que são fatos reais...
ResponderExcluirVerdade, Juliana. Atualmente parece que as pessoas se esqueceram do horror que foi essa parte terrível da história, vemos tanta intolerância atualmente.
ExcluirNooossa, quando li que se passava na Segunda Guerra Mundial já me interessei, e depois de ler sua resenha Evandro tenho certeza que irei lê-lo, o livro tem uma boa trama, realmente deve ser ótimo. Curti. :)
ResponderExcluirhttp://www.vestigiodelivros.com.br
Eu gostei muito, Elivelton. Acho que vc também vai gostar dessa história.
ExcluirOi Evandro :)
ResponderExcluirMeu conhecimento do livro é só pela capa mesmo porque não fui atrás de resenhas para ver o teor da obra. Grande equívoco foi o meu. Após a leitura das suas impressões é quase impossível não ficar interessado em saber como o Complexo dos Escribas vai responder a carta da mulher de Asher sem levantar suspeitas.
Qualquer livro que se passe nessa época triste da humanidade me interessa. Ver pequenos detalhes que só sabíamos em livros - outras vezes nem fazíamos ideia - retratados em enredos é algo que me choca muito e me deixa consciente de o quanto o ser humano pode ser mal quando assim deseja.
Já fico no desejo para ler Os Óculos de Heidegger!
Parabéns pela resenha.
Abraços.
https://peregrinodanoite.blogspot.com.br/
Pois é, Bruno. Lembro que quando comprei esse livro foi mais pela promoção do que pela sinopse, e ele ficou um tempinho encostado na estante. Assim que comecei a leitura, percebi que se tratava de uma grande história, com personagens que me conquistavam já nas primeiras linhas. Eu gostei muito.
ExcluirEnredos da Segunda Guerra sempre trazem algum aspecto interessante. E com esse livro não foi diferente. Ótimo post!
ResponderExcluirValew, Fábio, eu também gosto de enredos assim, sempre tem um aprendizado.
ExcluirQuero muito ler eu amei, é muito interessante ler livros sobre a época do nazismo,conhece as historias por trás de tanta tragedia..Belo post <3
ResponderExcluirhttps://tonalizadas.blogspot.com.br
Verdade, Lara. Eu também gosto muito.
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